Andar de carro em São Paulo não é nada fácil. Exige muita atenção, sorte, paciência e alguns outros pré-requisitos. A idéia deste manual é facilitar a compreensão deste complicado sistema para os simples usuários.
Número um: É necessário que o bom motorista entenda o que significa o transporte privado, e que ele tenha plena consciência de que o carro é a grande causa do trânsito em São Paulo; principalmente se você costuma dirigir sozinho e nem se importa em procurar um possível sistema de carona. Mas é indispensável que o motorista não ligue o bastante para protestar por um transporte publico bom.
Número dois: O mal-humor é um dos pré-requisitos essenciais. É preciso acordar pré disposto a xingar e buzinar a todos os outros que, mesmo que sem querer, atrapalhar nossa vida em alguns segundos. Bom humor no trânsito simplesmente não rola; é necessário querer ser sempre o mais rápido e encarar todos aqueles que passarem em sua frente.
Número três: Ter fé. Fé no Deus das Buzinas. Sempre que o trânsito parar sem razão aparente, buzine. Não importa se o cara do carro da frente teve um infarto ou se um terremoto destruiu a rua; sempre que o trânsito parar por mais de 20 segundos, enfie a mão na direção. A Buzina é um som sagrado, uma reza que pede proteção ao Deus do trânsito. Se, por acaso, o trânsito parar ao lado de uma escola, buzine o dobro, pois lugares aonde as buzinas são proibidas são os que mais agradam ao Deus.
Número quatro: Reflexos. São essenciais. Se o semáforo abriu e o carro da frente levou mais de um décimo de segundo para andar, você já tem que estar buzinando. Se você esta a 50 metros de um semáforo e percebe que ele ficou laranja, pé na tabua rápido se não perde mais 30seg de sua vida.
Número cinco: Obedecer apenas metade das leis de transito. Apenas as essenciais, como não andar na contramão e coisas do gênero. Falar no celular pode; virar sem dar seta também; parar em cima da faixa de pedestre não faz mal a ninguém.
Espero ter ajudado as pessoas que se sentiam confusas em relação ao trânsito e, inocentemente, acreditavam que deveríamos entender que não somos os únicos a utilizar a rua e deveríamos respeitar regras.
A quem anda de metro ou ônibus, há apenas uma regra essencial: ao comprar uma passagem, você tem direito a 1/11 (um onze avos) de metro quadrado dentro do transporte. Então nem tente pisar com os dois pés no chão!
Aposto que quando você crescer você vai ser um daqueles colunistas/humoristas políticos da Folha. Não tente desviar do seu destino. Esqueça Economia e abrace o Jornalismo!
ResponderExcluirTô sentindo uma tendência!!!! Sua crônica me fez lembrar uma do Machado: "Como se comportar no bonde", conhece?
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